Na casa da minha vó Isa sou uma mistura de todas as Kellens que já passaram por lá. Da Kellen criança que adorava passar as tardes na loja do Vô, atendendo os clientes, brincando de caixa e que sempre ganhava alguns papéis de carta. A Kellen que amava brincar com os primos: de princesa, de queimada, de teatro, de concurso de lambada.

A Kellen que virou uma adolescente cheia de razão, tentando encontrar quem ela era na multidão.

A Kellen que passou no vestibular e fez comunicação, que começou a trabalhar jovem. Errou, acertou, aprendeu e mudou a direção.

A Kellen que perdeu inesperadamente seu avô e esse ano faz 19 anos que ele nos deixou. Deixou um vazio, uma saudade, a casa mudou. Mas ele ainda está presente em cada memória e hoje é para mim um anjo protetor.

A Kellen que casou, virou mãe e que vê os filhos repetindo essa história de amor.

Amor por esse lugar, amor por essa família, amor pela nossa história. Amor por Vó Isa e Vô Beijo. Amor pelos meus bisavós, tataravôs… e tantos que vieram antes de mim e fazem parte de quem sou.

Na casa da vó vejo com gratidão o passar da vida. A vida acontecendo. O amor amadurecendo. O valor da trajetória, o prazer dos encontros, a partilha em família, o respeito às diferenças.

Na casa da vó sou todas as Kellens. Sou a construção de momentos vividos intensamente e marcados, para sempre, em mim.

E você? Me diz sobre seus avós também!